segunda-feira, 30 de março de 2009

Altitude, a causa de todos os males...

Dunga defende a atuação da seleção no empate com o Equador

Treinador diz que os efeitos da altitude prejudicaram o rendimento dos jogadores

A seleção brasileira foi bastante criticada pela atuação no empate por 1 a 1 com o Equador, no domingo, em Quito, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2010. Não pelo resultado, mas pela forma como a equipe foi dominada em campo. Durante a partida, o Equador criou pelo menos oito claras chances de gol. Mas o técnico Dunga tratou logo de defender os jogadores e lembrar das dificuldades de se jogar na altitude de 2.850 metros da capital equatoriana.

Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (vídeo ao lado), o treinador da seleção lembrou que muitas críticas vêm de pessoas que nunca sentiram os efeitos da altitude e, por isso, não entendem a dificuldade que é jogar nestas condições.

- A crítica vai ter sempre, as pessoas querem que a seleção ganhe, que vença todos os jogos. Vocês (jornalistas) que estão sempre conosco nem sempre sabem de toda uma logística, das viagens longas, do fuso horário, do desgaste físico. Gostaria que vocês subissem umas escadas quatro, cinco vezes para ver a diferença (de jogar na altitude). A bola é diferente, a velocidade é diferente. Tudo isso atrapalha. O que o Brasil tem de melhor é o domínio de bola. E o passe fica mais difícil.

Um lance chamou a atenção no primeiro tempo logo aos 15 minutos, quando o Equador já havia chutado sete bolas contra o gol de Julio César. Para diminuir a pressão, Elano pegou uma bola que havia sido jogada em campo durante a partida e jogou para o meio-campo para que o árbitro interrompesse a partida.

- Toda equipe que vai jogar na altitude tenta de alguma forma diminuir o ritmo da partida. É uma coisa normal de cada atleta tentar diminuir esse ritmo para recuperar a respiração, para tentar esfriar o adversário, para depois sim ter o controle do jogo, ter mais gás. É uma coisa normal.

Dunga apontou o principal problema da seleção na partida contra o Equador.

- O que não funcionou foi a nossa saída, o nosso contra-ataque. Ou segurar a bola já que era uma das nossas intenções segurar a bola para desgastar o adversário - disse o treinador, que considerou o empate justo.

- Foi um jogo difícil, mas criamos também oportunidades. Talvez das últimas quatro partidas das eliminatórias que o Brasil fez lá foi a que mais criou chances de gol. E até os 43 minutos a gente estava em vantagem no placar. Talvez se a gente ganhasse não seria justo pelo o que as duas equipes fizeram em campo, mas foi positivo.

Dunga diz que Kaká está à disposição, mas faz mistério sobre time

Seis dias de treinamento em dois períodos e Kaká está à disposição para reforçar a seleção brasileira no duelo de quarta-feira contra o Peru, em Porto Alegre, pelas eliminatórias sul-americanas. Pelo menos essa é a expectativa de Dunga.
O treinador concedeu entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, no hotel em que a delegação brasileira está hospedada na capital gaúcha, e disse que conta com o meia do Milan. Entretanto, não deu pistas sobre qual equipe colocará em campo no estádio Beira-Rio para encarar os peruanos, lanternas do torneio qualificatório.

"A princípio ele [Kaká] está à disposição. Não sabemos quanto tempo poderá jogar, mas ainda vamos conversar sobre isso", informou Dunga.

Kaká foi poupado da partida contra o Equador e viajou na última sexta-feira para Porto Alegre, enquanto seus colegas seguiram para Guayaquil e Quito. No final de semana, o atleta de 26 anos treinou forte para se recuperar de uma lesão no pé esquerdo.

A tendência é que Kaká seja aproveitado, mas Dunga não indicou se ele será titular. Ausência certa é a do lateral-direito Maicon, que se machucou nos minutos iniciais do empate por 1 a 1 com o Equador, no domingo.

"Se eu falar o time, vocês [jornalistas] não vão ter o que discutir", despistou o comandante da seleção. "Tenho 21 jogadores, só o Maicon está fora."

Ele criticou a falta de criatividade do meio-campo durante o empate com os equatorianos. "O que menos funcionou foi a nossa saída para o contra-ataque e segurar a bola para desgastar o adversário."

Dessa forma, sem citar nomes, insinuou que Ronaldinho Gaúcho não cumpriu o seu papel. Kaká tem essa mesma característica, de atuar como armador, e pode roubar a vaga do seu companheiro de Milan.

Nenhum comentário:

Postar um comentário